sábado, 30 de maio de 2009

Animais de Estimação!





Não me lembro de nunca ter deixado de ver um animal, pelo menos, na minha casa ou se preferirem na minha família.
É algo que vem de trás, da geração anterior. Faz parte do nosso ser.

Nos primórdios da minha infância existiu a Farruca, uma gata pretinha como o carvão, por meu capricho e do meu irmão pedimos à minha mãe para deixar ficar uns gatinhos que ela tinha tido. O Tídes, branco e preto, que ficou comigo, e o Tareco, todo pretinho como a mãe e que o meu irmão já casado da altura, levou com ele.

Quis o destino que enquanto tinha estes dois filhotes, para os defender andou a “bulha” com um gato que entrou no nosso Barracão de jardim a onde eles viviam. Apesar de termos corrido logo em seu auxílio e depois de a examinar não reparamos que tinha ficado ferida por baixo da mandíbula. Naquele tempo não existia veterinários como hoje, e foi sempre a minha mãe com a sua enorme coragem e instinto que cuidou sempre dos nossos animais. Lavando e desinfectando as feridas, ligando-as etc. E assim fez com a Farruca, quando demos pelo seu ferimento, mas infelizmente já era tarde a não resistiu. Já lá vão 30 e tal anos, mas ainda me lembro dela como se fosse hoje.

Só à coisa de 20, 25 anos é que apareceu o 1º veterinário aqui na nossa cidade, agora é quase um em cada esquina. Naquele tempo quando as fêmeas (querem fossem gatas ou cadelas) andassem “cheias”, começava-se a procurar quem queria as crias. Quando nasciam já tinham donos se não existe-se quem os quisesse, eram afogados mal nasciam. Apesar de parecer uma crueldade, não se viam animais abandonados e com fome ou mesmo mal tratados como acontece nos dias de hoje.

Hoje em dia acho que há muito comercio proveitoso em torno dos animais de estimação, levando a que os mesmos causem muita despesa aos seus donos e o que leva as pessoas ora a abandona-los ora a nem os quererem ter.

O mais estranho, a meu ver, é que apesar de hoje haver “tudo”, comida própria (ainda criticam quando comem os restos que ficam), vacinas e tudo mais, cada vez mais noto que os animais duram menos e tem mais doenças. O Tídes filho da Farruca, nunca sofreu nenhum “acidente” de maior, morreu de velhice e no entanto sempre comeu comida do lume e nunca foi vacinado o mesmo aconteceu com a minha Becky, uma cadelinha pretinha que tivemos quando o Tídes já era um gato adulto.

Quando a Becky começou a ficar velhinha deram-nos um gato pardo o Tigre, esse já na era dos veterinários, lá foi castrado, desparasitado e vacinado, comidinha de lata etc, como manda as modernidades e resultado durou apenas 8 anos. Apareceu-lhe um tumor do tamanho de uma ervilha no meu das costelas. Foi operado e passado 1 mês depois lá estava outra vez, nova operação, desta vez parecia que estava bem.

Falsa ilusão o mal que tinha em vez de “vir para fora” espalhou-se para dentro, até que começou definhar. Fomos novamente ao veterinário que nos aconselhou a abate-lo para não ir sofrer mais, pois dali para diante seria pior.

Deu-lhe ali uma injecção enquanto ele miava e olhava para mim, com aqueles olhinhos lindos, fiquei com ele ao colo a fazer-lhe festas e acarinha-lo enquanto as lágrimas me corriam pela cara a baixo assim como pela cara da minha mãe.

Ainda hoje sinto uma magoa e um vazio quando me lembro, estaria ele com aquele olhar a pedir-me para não deixar lhe dar a injecção e trazer-lo para casa e deixar a natureza ou a doença, seguir o seu curso?? Troce-o comigo e foi enterrado no meu jardim, junto aos demais que já tinham partido.
Até hoje ainda não me deparei com algo semelhante, e espero nunca mais me deparar.


Hoje tenho 3 animais de estimação na família o Tadziu («nome do personagem do filme "Morte em Veneza"»), que ainda foi criado com o Tigre (por isso adora gatos), um “falso” caniche (o mãe era Terrier e o pai Caniche e foi-me oferecido por uma amiga) faz no dia 20 de Junho, 13 anos. Tem um problema do coração diagnosticado 1 ano a esta parte, toma uma medicação com a qual gasto muito dinheiro. Mas vai indo. Aparentemente, segundo o Drº este tipo de problemas cardíacos é "recorrente" na raça dos caniches Foi sempre vacinado mas comidinha só do lume igual a nossa ou não come.


Tenho o Setí («Faraó Egípcio, homem do Deus Seth, Deus das tempestades e das tormentas») um gatarrão pardo, que gosta de enterrar o dente e morde mais que o cão.


Veio para a família em Setembro de 2003, vai fazer 6 anos. O Setí é filho de uma gata de raça Siamesa e de um gato vadio pardo. A mãe foi abandonada pelos donos que mudaram de casa e a deixaram ficar, foi uma das vizinhas que lhe deitava de comer que me o trouxe, por ser o mais pequeno e enfezado da ninhada foi rejeitado pela mãe. Uma irmã dele ficou com uma senhora nossa conhecida, mais precisamente da infância da minha mãe que adora animais e cuja filha estava na altura a estudar para veterinária. Ela me contou algo que me deixou a pensar, a filha tinha lhe dito que apesar de fazermos tudo com as melhores intenções tinha aprendido que as vacinas dos gatos ainda não estavam bem estudadas e muita “gente” desconfiava que as doenças cancerosas dos gatos podiam ser derivadas da vacinação. Será??? Ainda estavam em fase de estudos. Perguntei-lhe e com respeito as dos cães?? Essas eram seguras. No entanto veio-me a ideia o meu Tigre, sempre lhe dei as vacinas todas e no entanto teve cancro e morreu de tal.


Resolvi não dar mais vacinas aos meus gatos, seja o que Deus quiser. O certo é que Setí é forte e saudável, comida é os secos mas nunca da mesma marca, sabe lá se terá de facto tudo o que ele precisa, mais vale prevenir compro várias marcas e misturo, Wiskas, Friskys, marcas dos Super etc. Também gosta de iogurtes e leite (baixo teor de lactose). O ano passado desapareceu-me durante 18 dias, fartei-me de correr tudo já julgava que o tinha perdido para sempre, quando a minha vizinha, que o conhece desde pequenino, o viu fechado numa casa ao cimo da nossa rua que estava fechada para venda. Foi uma sorte a agência ter deixado as persianas para cima e ele veio para a janela miar. Andei numa “fona” mas consegui a chave junto da agência e foi solto, estava cheio de fome e sede mas muito “esperto” foi um toledo quando chegou a casa não nos deixava só nos fazia festas. Está bem, até hoje só tive de ir 2 vezes com ele ao veterinário por andar a “bulhas” com outros gatos ganhou umas infecções. A unha dos gatos têm muitas bactérias por isso quando são arranhados ou arranham pode-se ganhar infecções.


Em Março de 2007, precisamente no mês que fiquei desempregada, ao passear o Tadziu junto a um pinhal aqui perto veio uma gatinha a miar muito ter connosco a dar torrinhas ao Tadziu, fiquei com pena e vim a casa buscar de comer para lhe dar, estava esfomeada e devia ter sido abandonada lá durante o fim-de-semana prolongado da Páscoa, porque eu passava ali muitas vezes e nunca a tinha visto. Quando ela estava a comer lembrei-me que ali não havia água e fui a casa buscar. Quando estava a lá chegar vinha a chegar um fulano para soltar no pinhal 2 Pitt bull para se exercitarem como já era costume.


Fiquei cheia de medo pela gata, agarrei nela metia dentro do Kispo e trouxe-a para casa. Dei-lhe o nome de Íris («Deusa Grega, mensageira dos Deuses, rápida e ágil»). Andei a pedir dinheiro pelos vizinhos para a ajudarem a castrar para depois ver se a conseguia dar. Mas não consegui e acabei por ficar com ela.
No dia em que a trouxe, tinha que ir à tosquia e levei-a para a Gina a ver, ela disse-me que apesar de ser pequenina pelos dentes já era uma gata para 6 meses, era o que ela chamou de “gatinha anã”, e que segundo ela tinha um presente, ou melhor estava prenhe, céus até mudei de cor.


Dois dias depois de a ter cá em casa, houve uma noite que não deixou ninguém dormir a miar e a andar pela casa e a largar uma porcaria amarelada, falei com a minha amiga que a ia levar para castrar ela achou que ela estava a ter um aborto, mas que não havia problema como ia para castrar eles “limpavam-na”. O certo é que não era aborto era uma infecção muito grande que a bichinha tinha nos ovários. Se não teve-se a trazido tinha morrido daquilo, possivelmente até seria por isso que a abandonaram pois a infecção acumulava e depois a rebentava e vinha para fora, antes de a castrar ainda lhe aconteceu isso duas vezes, miando com dores correndo de um lado para o outro e sujando a casa todo com aquela porcaria que largava.


Para nós o bem-estar dos meus animais e de todos os seres vivos vem acima de todos os “objectos”, mas para muita gente não e sei que sujar a casa como tinha acontecido era o suficiente para a terem abandonado. Hoje está bem, é linda e saudável e é a alegria do lar. Muito “faladeira”, responde sempre que falamos com ela, muito brincalhona e meiga, adora trepar e é doida por água, mete as patas na água e quando ando a regar mete-se pela frente, quando acabo parece uma pata toda molhada.


Enchem a minha vida, tenho muitas despesas com eles, mas enquanto houver para mim há para eles. Apesar de continuar desempregada tenho esperança, Deus providência, sempre o fez, não vai ser agora que me vai abandonar, nem eu a eles.

1 comentário:

Susana disse...

Olá Lecas

Há muito que passo pelo teu "cantinho" mas neste post não resisto em deixar um comentário :) talvez porque também tenha um bichinho em casa e me identifique bastante com o que escreveste... (Amo o meu Dali) além disso já tive a traquinas da Irís cá em casa eh eh eh

São muito bonitos os teus "meninos" e é admirável a forma como tratas os animais... não há muitas pessoas a fazerem o que fizeste com a Íris :))

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